Uma pitada de Teo, por favor.
Há um fascínio no futebol por aquele jogador de estatura média, que arrasta o pé enquanto finta usando o corpo e que, com um sorriso sacana na cara, a mete lá dentro. A História está cheia de jogadores desses. O Sporting pode agradecer a um jogador desses (Beto Acosta) um dos seus últimos títulos. Foram precisos alguns anos até voltarmos a ter alguém com essas características no nosso plantel. Esse jogador foi trazido a pedido de Jorge Jesus e tem por seu nome Teófilo Gutiérrez.
Teo gerou ódios e paixões mas não deixou ninguém indiferente à sua passagem. Infelizmente os Sportinguistas só conseguem dar valor a uma coisa depois de a perder e, para mim, a principal diferença do ano passado para este é precisamente não termos em campo um Teo. Um jogador com um índice de rufia extremamente alto e que não se inibe de meter um pé em prol de tentar o golo.
O maior exemplo disso é uma comparação simples:
Contra o Arouca Luc, Castaignos lesiona-se num lance em que hesita disputar uma bola com o intuito de não se lesionar. As palavras de Jorge Jesus à data foram as seguintes "Ele naquele lance teve receio de se lesionar, por isso não marcou golo e aconteceu tudo ao contrário: lesionou-se e não fez golo. Para se lesionar, mais valia ter feito golo. Assim perdemos 2-0: não fizemos golo e o jogador lesionou-se!".
Teo, num lance semelhante com Ventura, meteu o pé. Não fez golo (seria o seu terceiro nesse jogo) mas não se lesionou. Quem se lesionou foi o guarda-redes adversário que abordou o lance com igual vigor.
Teo tem qualquer coisa. Não tem a classe de Ruiz, não tem a velocidade de Castaignos nem a ginga do André mas tem uma coisa que nenhum destes tem: Golo! E o objectivo (goal) do futebol é mesmo esse! O Golo!
Contra o Benfica que tenhamos a coragem de meter uma pitada de Teo em todas as nossas jogadas. De certeza que estaremos mais perto de ganhar dessa maneira.